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Um dívida de 10.874.727,11 de meticais, com o Banco Nacional de Investimentos, mantém Alberto Simango Júnior com a mente fixa na sua reeleição. Em acordo datado de 23 de Agosto de 2019, o homem forte da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), comprometeu-se em liquidar o montante em 36 prestações. Ou seja, até Dezembro de 2022, quando já estiverem cumpridos dois terços do mandato que arranca depois das eleições de 14 de Dezembro.

Na origem da dívida encontra-se a empresa Rg Consultant & Sport Solutions, sediada na na Espanha, que foi responsável por trazer para Moçambique o Barcelona Legends. Trata-se dum “empréstimo de curto prazo, do equivalente em meticais ao montante de 100 mil euros” contraído no dia 13 de Setembro de 2017. O romance da vergonha envolve um quadrado e nenhuma conta bancária receptora em Moçambique: O BNI, o Fundo de Promoção Desportiva, Federação Moçambicana de Futebol e a empresa espanhola Rg Consultant & Sport Solutions. Dos cofres do BNI saíram 100 dólares directos para Espanha, para uma conta sediada em Santa Úrsula, nas Canárias.
Este montante, que nunca chegou a ser pago no prazo de 100 dias conforme acordado no acto do empréstimo, cresceu para 10.874.727,11 de meticais. Alberto Simango, sem convocar uma assembleia geral e com o risco de perder a casa do futebol no ar, fez um acordo em tribunal para pagar a dívida no próximo mandato. No documento em posse do nosso jornal lê-se: “o executado (Federação Moçambicana de Futebol) compromete-se em pagar integralmente a quantia exequenda no montante de MZN 10.874.727,11 meticais, a ser liquidados em 36 (trinta e seis) prestações mensais, a iniciar após a data de homologação do presente acordo”. Uma visita aos Estatutos da FMF e às competências, quer da direcção executiva, quer do seu presidente, não se vislumbra um único artigo que atribui tais poderes ao actual timoneiro. Aliás, os estatutos remetem esse poder para Assembleia Geral.
O que impressiona, na jogada, é a participação do Fundo de Promoção Desportiva, que por norma financia a FMF como responsável pela solicitação de empréstimo e a FMF como avalista. O caricato da situação, só para se der uma ideia, seria o mesmo que o Governo solicitar um empréstimo e ter como avalistas o exército de desempregados que o país produz anualmente.
(Continua)
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