Operação Golpe Duro II extermina Ibn Omar o homem mais procurado de Moçambique

Operação Golpe Duro II extermina Ibn Omar o homem mais procurado de Moçambique

News and Analysis    Tal como muitos outros que se embrenham nos trilhos da sublevação contra Estados, Ibn Omar o homem mais procurado do p

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Tal como muitos outros que se embrenham nos trilhos da sublevação contra Estados, Ibn Omar o homem mais procurado do país e que era o líder dos terroristas, teve o seu final inglório semana passada depois de um confronto ousado contra as Forcas Armadas de Defesa e Seguranca (FADS) e as suas contrapartes (SAMIM e Ruanda) parceiras na luta contra o terrorismo que fustiga Cabo Delgado desde outubro de 2017. 

A confirmação da morte de Bonomado Machude Omar em combate, foi feita por Joaquim Magrasse o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM)  “As imagens estão disponíveis e estão a merecer uma avaliação definitiva, pois ao lado do líder terrorista Ibin Omar, foram igualmente atingidos mortalmente mais dois seus seguidores directos ainda por identificar na companhia de mais terroristas”, detalhou Mangrasse.

O perfil de Bonomado Machude Omar foi pela primeira vez apresentado ao público nacional e internacional pelo Centro de Jornalismo Investigativo em Setembro de 2020

Desde que os ataques terroristas iniciaram a quase seis anos na província de Cabo Delgado,no norte de Moçambique, que a comunicação aos moçambicanos sobre a guerra tem sido incipiente.

Em fevereiro de 2020, o governo reuniu-se excepcionalmente em sede de  conselho de ministros, em Pemba, a capital da província.

No final desse encontro de dois dias, o Presidente Filipe Nyusi num comício popular onde falou da guerra disse que “É uma guerra movida por pessoas de fora e pessoas que têm dinheiro. Não sabemos onde levam esse dinheiro para matarem os moçambicanos. Se calhar é o dinheiro dos próprios moçambicanos que matam os moçambicanos”, disse o presidente para quem a solução passa também pela colaboração da população nas comunidades.

“Não tenham vergonha de dizerem que este é o criminoso fulano, até podem chamar tio, há tios criminosos também. Podem dizer ‘é aquele que me mandou e disse que vai me dar isto’. Se fizerem isso cinco pessoas nós vamos encontrar”.

Afinal, aos olhos do Presidente o inimigo, pode estar infiltrado em várias esferas da sociedade.

“Estão aqui dentro, alguns, entre vocês. Vieram ouvir. Digo isso porque já fizemos algumas reuniões nos distritos onde fiquei, alguns deles falaram mais do que outras pessoas, passado uma semana fomos encontrar no mato a dirigir grupos (de terroristas), aquele que falou muito na reunião. Então, significa que é preciso muita vigilância”, advertiu.

“Uma verdade é: esses que estão a matar pessoas aqui em Cabo Delgado, se derem a cara e disserem o que querem nós vamos ouvir. Se é por causa da riqueza que há aqui, há muitas maneiras de distribuição da riqueza. Uma delas é trabalhando

 

Em abril de 2021, uma semana depois dos ataques a Palma que levaram a Total Energies a suspender as suas operações arguindo “Forca Majeure” Nyusi foi inaugurar uma fabrica de cerveja e voltou a falar dos ataques, tendo destacado a cobiça interna pelo gás.

“No nosso discurso de tomada de posse, vincámos bastante a questão da diversificação da economia. Tem vindo a pensar-se só no gás e até nos matamos por causa disso. Quando diversificamos a economia, tornamos o país robusto”, não se alongou Filipe Nyusi sobre este tema.

Presidente Nyusi e as referencias a Ibn Omar

Durante muito tempo, o presidente Filipe Nyusi que é constitucionalmente o comandante em chefe das Forças de Defesa e Segurança evitou, em público mencionar o nome de Bonomado Machude Omar, então fuzileiro naval do exercito nacional. 

Uma das primeiras vezes que o PR mencionou o nome de Omar foi a 14 de Julho depois da tomada, pelas tropas conjuntas, da base terrorista de Kathupa, em Macomia, umas das principais do grupo e que, segundo o Governo, alojava os cérebros da insurgência em Cabo Delgado, depois de terem sido expulsos da base de Nbau, em 2021.

“A base fica naquela zona de mata densa, é grande e os insurgentes tinham lá a base central e sub-bases, e na base central é lá onde estava o comandante deles o Bonomado Omar (Ibn Omar) e Madina”, precisou o Presidente, citado pela estatal Rádio Moçambique

Este ano, por alturas das festividades do dia dos heróis moçambicanos, Nyusi disse que o líder dos insurgentes na província de Cabo Delgado é um cidadão nacional, chamado espiritualmente de Abu Sorraca, mas cujo nome com o qual é mais conhecido é Bin Omar.

A revelação foi feita por Felipe Nyusi no dia 3 de Fevereiro, durante a cerimónia de saudação do corpo diplomático acreditado em Maputo ao Presidente da República, por ocasião do ano novo, na qual também ressalvou a necessidade de não ingerência dos governos noutros Estados.

Finalmente e para a confirmação da  informação avançada pelo chefe do estado maior Filipe Nyusi abriu o verbo para falar da morte de Ibn Omar “o líder dos terroristas” dizendo que este tinha sido “colocado fora de combate”, mas que a luta contra o terrorismo estava longe de estar acabada: “A perseguição prevalece e continua até onde os terroristas operam, em pequenos grupos.”

 

Quem e(ra) Bonomado Machude Omar

 

Conhecido pelo nome de Ibn Omar, o seu nome de baptismo é Bonomade Machude Omar um jovem Moçambicano, natural de Cabo Delgado, distrito de Palma, com infância passada no distrito de Mocimboa da Praia.

Segundo fontes Omar terá nascido a 15 de junho de 1988, no distrito de Palma, na Província de Cabo Delgado, por sinal onde em março de 2021, ocorreu o maior ataque terrorista em Cabo Delgado

Depois de concluir a sua 12a classe na Escola Secundária Januário Pedro de Mocimboa da Praia, estudou o Islão em vários países e no seu regresso pertence às fileiras da África Muslim na cidade de Pemba.

Tera servido o exercito mocambicano entre 2003 a 2005, como fuzileiro naval, na base de Pemba. 

Fontes ouvidas pelo CJI altura em que investigamos as lidirancas do grupo terrorista, descreviam Ibn Omar, como sendo um grande “religioso Islâmico, esperto e muito inteligente”. 

Quando era aluno, apresentava sempre boas notas, esforçado e dedicado, nunca desconfiaram do seu futuro estaria relacionado ao terrorismo, nunca apresentou sinais estranho naquela altura. “Ele era muito calmo, fazia tudo segundo ALLAH, não se envolvia em confusões e sabia desviar-se de provocações de colegas de escola”. Disse a fonte.

Alguns residentes de Mocimboa da Praia, descreviam “o Bonomade ou Ibn Omar, ou Leao da Floresta como tendo mudado muito o seu comportamento. Ele tinha uma coisa estranha no seu ser, dava para desconfiar da sua participação nesses ataques por causa da discórdia e seitas feitas por jovens com quem ele andava, acreditando que eram certas e é o que Allah quer, tal como os extremistas fazem justificando que são muçulmanos puros. Ele era fingido, tinha violência nos seus olhos e tinha muito apoio de alguns lideres do bairros e moradores locais. Nòs os que não somos naturais de Mocimboa da Praia é que não sabiamos quem é o Ibn Omar. Por isso saímos de lá e voltamos para Pemba, todos nòs que fomos a Mocimboa da Praia por questoes de trabalho sentimo-nos obrigados a sair por causa da guerra, medo e insegurança.” Disse a nossa fonte.

 

Ibn Omar, ate se embrenhar nas lides do terror, vivia no bairro de Nanduandua em Mocimboa da Praia, e seu encarregado de Educação e um político a nível do distrito, o professor reformado Abdul Fomassane. Na casa deste professor reformado, para além do Ibn Omar, existiam também dois jovens que se alega também estarem associados a onda da carnificina de terror. 

 

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