Análise Luis Nhachote Enquanto as forças ruandesas continuam a manter a insurgência de inspiração islamita sob controle no nordeste da proví
Análise
Luis Nhachote
Enquanto as forças ruandesas continuam a manter a insurgência de inspiração islamita sob controle no nordeste da província moçambicana de Cabo Delgado, uma força menor consistindo de contribuições dos membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) encontra-se espalhada pelo resto da região afectada pelo conflicto.
Está a ter dificuldades de replicar o sucesso ruandês
Uma fonte sénior moçambicana disse ao The Continent que a força da SADC consiste de vários exércitos com diferentes níveis de prontidão combativa e diferentes dinámicas. E também não têm a experiência de combate que as forças ruandesas têm fruto das suas intervenções na República Democrática do Congo.
A missão da SADC vai entrar numa fase menos intensa. Uma reunião da cimeira da SADC devia ter ocorrido esta semana entre os chefes dos governos que compõem o Órgão da SADC sobre Política, Defesa e Segurança, incluindo Moçambique. A referida reunião devia ter discutido a missão e sua programada “desmobilização” de modo a ter um mandato de manutenção de paz.
Mas a reunião foi adiada à última hora devido – segundo a Ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros – a um conflicto de agendas dos presidentes do Botswana e de Moçambique.
Parece que o presidente do Botswana tinha uma importante mina de diamantes por inaugurar. O Presidente Filipe Nyusi de Moçambique teve que ficar em casa para receber em visita do seu vizinho, o presidente zimbabweano Emmerson Mnangagwa.
Neste momento, o Zimbabwe não está a contribuir com nenhuma tropa à Missão da SADC em Moçambique, mas o calendário da visita – e o facto de que teve precedência sobre a reunião da cimeira da SADC – sugere que as coisas estejam para mudar.
“A minha leitura é de que o governo de Moçambique está a procura de ver como [a missão] pode ser fortalecida, e o Zimbabwe é um importante potencial acréscimo,” Alex Vines, chefe do Programa de África da Chatham House, disse ao The Continent, acrescentando que “isso pode explicar o sequenceamento dos encontros.”
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