Yethembe, a firma sul-africana que coletou milhões de uma “Burla” intermediada  por Diamantino dos Santos

Yethembe, a firma sul-africana que coletou milhões de uma “Burla” intermediada  por Diamantino dos Santos

By CJI   Uma burla ao alcance dos mestres do calote, envolvendo uma companhia sul-africana e, actores nacionais, onde pontifica o nome de D

By CJI

 

Uma burla ao alcance dos mestres do calote, envolvendo uma companhia sul-africana e, actores nacionais, onde pontifica o nome de Diamantino dos Santos, um antigo procurador geral que se celebrizou por razões pouco abonatórias, teve lugar em 2022 e o caso correu os seus trâmites numa das secções do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

Miguel Joaquim e Diamantino dos Santos na mina da Yetembe onde foram ver o carvao que nunca chegou  

No epicentro da trama, está uma família humilde que caiu nas graças de Diamantino dos Santos que os teria os sugerido a investirem as suas economias no negócio de carvão vegetal que, posteriormente seria entregue à firma Dugongo Cimentos. Miguel Joaquim ‘e A referida família – devidamente identificada junto do Centro de Jornalismo Investigativo (CJI) – encantada com a proposta e a visualizar a viabilidade financeira do negocio, onde todos sairiam a ganhar, comprou a ideia e tratou de fazer o investimento, enviando a quantia de 10 milhões de meticais a ARJ, esta última empresa intermediária na transação com a Yethembe, a contraparte sul-africana. 

A verdade e os factos obtidos pelo CJI, indicam que o valor foi transferido para a ARJ e, desta, para a Yethembe, empresa com um portfólio no sector energético baseada em Middleburg, na província de Mpumalanga na África do Sul. Mandam os factos dizer que após a recepção do valor da primeira tranche, a Yethembe e seus associados nunca enviaram o carvão a Moçambique e também nunca fizeram a devolução do valor. 

 

O CJI enviou no dia 06 de Outubro de 2023 um email com questões (

) a Yethembe, que no lugar de responder, se remeteu num silêncio e o CJI suspeita que eles terão informado a Diamantino que estavam sendo investigados.  

 

Santos e o regresso à ribalta

 

O antigo Procurador Geral da República (PGR) na província de Sofala, Antônio Diamantino dos Santos, regressa à ribalta de muitos anos votado ao esquecimento depois de ter caído em desgraça em assuntos mal parados do Caso BCM, onde teria sido acusado de ser actor para a desorganização desse caso mediático nos anos 90. Em boa verdade, Diamantino sacudiu o capote e em carta expedita ao Tribunal Supremo, refutou as acusações que pesavam sobre si e outorgou a “desorganização” desse processo, a outros actores com interesses entao inconfessos no caso. 

Muitos anos depois, Diamantino dos Santos regressa a ribalta e esta a enfrentar um processo de alegada e manifesta burla de 10 milhões de meticais defraudados a uma família. O caso que corre os seus tramites nos tribunais ja teve tres sessões preliminares antes do julgamento que devera ocorrer em breve. Diamantino dos Santo que esteve detido durante cinco dias e foi liberto mediante ao pagamento de fiança, com ajuda dos seus parceiros de negócios, nomeadamente, Moises Rafael Jossias Vilanculos, Narciso Antônio Djedje, por sinal também arguidos, intermediaram a compra de carvão mineral para posterior venda na fábrica de cimentos Dugongo, marco de 2022 a esta parte ainda não entregaram o produto e muito menos fizeram a reposição do valor, a família ofendida viu-se obrigada a levar o assunto para a justiça onde segue os tramites legais.

Longe dos holofotes no que respeita as instituições da justiça, Antônio Diamantino dos Santos continua no activo nos negócios, visto que tem servido de intermediário nas negociações entre empresas nacionais e sul – africana no fornecimento de bens e serviços. 

Foi através das intermediações que o homem que se tornou celebre por ter andado a monte entre 2001 a 2005 quando foi preso pela Polícia da Republica de Moçambique (PRM) indiciado de burla no antigo Banco Comercial de Moçambique, caso que por sinal envolve o homicídio de Carlos Cardoso, um jornalista que investigava aquela fraude bancária.

Aliás, durante o julgamento várias testemunhas referiram que Antônio Diamantino dos Santos fez de tudo para atrasar a investigação.

Tudo começa em 2021, quando um jovem casal pediu ao antigo Procurador – Geral da República ao nível da província de Sofala sugestão de um negócio depois de recuperar 10 milhões de meticais que estavam nas mãos de terceiros.

Como “bom Samaritano”, dos Santos sugeriu ao cidadão Joaquim a compra de carvão mineral para revender a empresa Dugongo Cimentos, uma vez que tem fortes ligações com empresas que fornecem bens e serviços na África do Sul.

No entanto, o negócio que parecia de tudo para andar ganhou contornos de burla cirúrgica porque mesmo depois de ter depositado 10 milhões de meticais que foram convertidos em randes, moeda sul – africana .

Fatigado pelas promessas falsas de Diamantino, Moises Rafael Jossias Vilanculos, Narciso Antônio Djedje, o ofendido decidiu levar o caso para as instituições da justiça. De acordo com processo datado de 08 de Março do corrente ano em autos de instrução criminal em que lhe foi movido pelos ofendidos e dois outros parceiros são chamados a restituir o valor no Pedido de Indemnização Civil.  

Yethembe a receptora do dinheiro 

Nos documentos na posse do CJI, Antônio Diamantino dos Santos e seus pares escolheram o Grupo Yethembe, uma empresa sediada na África do Sul, para importar o carvão mineral que posteriormente seria vendido a Dugongo Cimentos.

 

Jantar entre os "executivos " da Yethembe com a contra parte mocambicana. O Carvao nunca chegou a Mocambique

Identificada a empresa que seria responsável pela compra e transporte do carvão mineral até o destino final, os intermediários instruíram ao casal burlado para transferir os 10 milhões de meticais para a conta da ARJ Engenharia & Projectos que, por sua vez, converteu valor em rands e enviou para a conta do Grupo Yethembe. 

Quando tudo indicava que o negócio tinha pernas para andar registou-se constrangimentos e até hoje o carvão mineral ainda não chegou ao destino final. O CJI apurou que, o antigo magistrado do Ministério Publico e seus pares justificaram que a morosidade na importação de carvão mineral devia-se ao facto do destino final não ser o Porto de Maputo.

As desculpas elencadas para justificar o atraso da chegada do produto que seria posteriormente fornecido a Dugongo Cimentos não convenceu os investidores que exigiram a reposição dos 10 milhões de meticais.

Perante a pressão dos investidores, Antônio Diamantino dos Santos viu-se obrigado a fazer uma declaração de dívida e colocou a casa onde vive na Matola Rio, porém a sua esposa, Lucia Berta Sumbana, recusou assinar a declaração confessaria de dívida.

Por sua vez, Moises Vilanculos alega estar falido, tendo para o efeito apresentado um atestado de pobreza. Segundo apurou o CJI Vilaculos esta matriculado em cerca de seis sociedades entre as províncias de Maputo e Inhambane, nos distritos de Maxixe e Vilanculos. 

 

Diamantino despronunciado

Eusebio Lucas, o juiz de direito que dirigiu as sessões preliminares da instrução criminal do TJCM, Eusebio Lucas decidiu não pronunciar Diamantino dos Santos, nos crimes de burla agravada, de associação criminosa e falsificação de documentos. No entanto nos autos obtidos pelo CJI se encontra anexada a “confissão de dívida” assinada por Diamantino dos Santos onde este se compromete a saldar a dívida com o ofendido Miguel Joaquim do Rosário e a sua consorte, dando como garantia parte do seu patrimônio.

 

O CJI ofereceu a dos Santos o seu direito ao contraditório, mas este pura e simplesmente declinou as nossas chamadas e também as mensagens por nós enviadas. De 12 de Dezembro de 2023 até    Janeiro de  2024 antes da publicação, o  CJIM enviou emails, mensagens, fez chamadas telefonicas, contudo nenhuma respostas das  poucas, muitas perguntas!

 

 

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